quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Lucro da Vale cresce 253% e atinge R$10,6 bilhões no 3º trimestre

Lucro da Vale cresce 253% e atinge R$10,6 bi no 3o tri

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Melhores preços do que há um ano e um volume de produção maior, impulsionados pela forte demanda da China, garantiram à Vale resultados financeiros recordes no terceiro trimestre.

A maior produtora de minério de ferro do mundo lucrou 10,6 bilhões de reais no terceiro trimestre do ano, alta de 253,4 por cento em relação ao lucro de um ano atrás, quando o mundo ainda vivia a ressaca da crise financeira que reduziu o mercado internacional entre 2008 e 2009.

Em nove meses, a mineradora lucrou 20 bilhões de reais, 208,4 por cento acima dos 7,6 bilhões de reais obtidos há um ano.

A Vale informou em comunicado na quarta-feira que teve também o melhor trimestre da sua história em receita operacional bruta, lucro e margem operacional, e geração de caixa.

O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) no terceiro trimestre foi de 15,9 bilhões de reais, contra 6 bilhões de reais há um ano, alta de 164 por cento.

A receita operacional da mineradora somou 26,4 bilhões de reais no terceiro trimestre, 23,3 por cento acima do recorde anterior, de 21,4 bilhões de reais, e 39 por cento superior aos 19 bilhões de reais do segundo trimestre.

Preços mais elevados contribuíram com 5,435 bilhões de reais do total da receita, enquanto maiores volumes de vendas adicionaram 2,539 bilhões de reais, explicou a Vale em nota.

"Esperamos que o mercado de minério de ferro permaneça aquecido no futuro próximo devido à falta de um crescimento significativo na oferta de minério de alta qualidade e à expansão na demanda chinesa a companhia."

ÁSIA PESA MAIS

A China continua sendo o principal mercado da companhia, responsável por 34,6 por cento da sua receita, seguida de Brasil, com 17,3 por cento e Japão, com 11,3 por cento.

A fatia da Ásia como um todo aumentou de 47 para 55 por cento do segundo para terceiro trimestre, ao mesmo tempo em que da Europa despencou de 23,4 para 17,1 por cento.

O custo de produtos vendidos (CPV) da companhia atingiu 9,004 bilhões de reais no terceiro trimestre devido, principalmente, ao crescimento de vendas, aumentando 1,272 bilhão de reais em relação ao trimestre anterior.

Os gastos com energia representaram 18 por cento do custo de venda dos produtos e ficaram em 1,6 bilhão de reais, alta de 18 por cento contra igual período um ano antes.

Por outro lado, a variação do câmbio contribuiu para redução do CPV da Vale em 24 milhões de reais no terceiro trimestre, informou a empresa.

O impacto cambial com a alta do real teve efeitos negativos e positivos no resultado da companhia, segundo a Vale.

"Por um lado contribuem para elevar nossos custos operacionais e de investimento, dado que são majoritariamente denominadas em outras moedas que não o dólar norte-americano", explicou a Vale.

"Por outro lado, o dólar norte-americano mais fraco e as baixas taxas de juros contribuem para redução de nosso custo de capital", explicou a Vale.

O impacto da variação cambial no lucro líquido, por exemplo, foi positivo, informou a Vale, totalizando 343 milhões de reais, contra impacto também positivo de 13 milhões de reais no segundo trimestre.

INVESTIMENTOS

No terceiro trimestre, a Vale investiu 3,081 bilhões de dólares, excluindo aquisições.

"Nossos investimentos continuam a refletir o foco em crescimento orgânico como principal prioridade", ressaltou a Vale em nota.

Os investimentos nos primeiros nove meses do ano, com aquisições, somam 14 bilhões de dólares, sendo 6,4 bilhões de dólares em aquisições. A Vale aplicou 5,9 bilhões de dólares na compra de ativos de fertilizantes; 500 milhões de dólares com ativos de minério de ferro e 82 milhões com carvão.

Sem as aquisições, a Vale já aplicou até setembro recursos da ordem de 7,6 bilhões de dólares, mais que a metade do previsto para o exercício: 12,9 bilhões de dólares.

A Vale anunciou na semana passada que precisa entre 26 e 28 bilhões de dólares para terminar seus projetos existentes e que vão dobrar a empresa de tamanho em 4 a 5 anos. A Vale ainda não informou quanto será investido em 2011.


Fonte: Yahoo! Notícias


A privatização da Vale em 1997, feita no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi controversa. Não levaram em conta o potencial de reservas da companhia, só avaliaram sua infraestrutura.
E comparando, a Petrobras, que não foi privatizada, teve suas ações valorizadas em 1200% entre 1997 e 2007, enquanto a Vale ficou 50% abaixo disso.

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