quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Eleições 2010 - Como é feita a contagem dos votos?

O sistema eleitoral brasileiro, que utiliza votação e contagem de votos por meio de urna eletrônica, é uma das mais bem-sucedidas iniciativas tecnológicas do país. Trata-se de um modelo único no mundo, campeão em agilidade na contagem dos votos e na divulgação de resultados.

A primeira tentativa de empregar computadores no lugar da urna de pano e da cédula de papel ocorreu em 1989,  em Brusque (SC), sob responsabilidade do juiz Carlos Prudêncio, que foi uma espécie de inventor do sistema. Essa experiência piloto inspirou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a investir na introdução da eleição eletrônica em escala nacional.

Em 1995, o TSE formou uma equipe, composta por juristas e pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), de São José dos Campos, que definiram  as especificações da urna eletrônica e do sistema de votação.

A primeira votação com a urna eletrônica ocorreu em 1996, somente nas capitais. Cerca de 33  milhões de pessoas, que equivaliam a um terço do eleitorado, testaram a novidade. Nas eleições de 1998, o percentual subiu para dois terços do eleitorado, com a inclusão de cidades acima de 200 mil habitantes.

A partir do ano 2000, o projeto foi totalmente implantado e vem sendo usado sucessivamente, nas eleições de 2002, 2004 e 2006.  Com isso, o voto de papel e os prazos de semanas para totalização viraram coisa do passado. Os resultados já podem ser obtidos em questão de horas.

O sucesso do sistema brasileiro fez com que outros países o copiassem. Atualmente, Argentina, México, Paraguai, Equador e República Dominicana utilizam a urna eletrônica brasileira e recebem consultoria do TSE.

Além da rapidez e eficiência, a segurança é outra característica que se destaca na urna eletrônica. Em 2002, uma comissão de cientistas da Unicamp estudou detalhadamente o sistema e concluiu que ele  é “seguro, robusto e confiável”. Em 2009, o TSE promoveu um teste de segurança com a participação de hackers, que não conseguiram violar o sistema.

Entre seus vários requisitos de segurança,  a urna eletrônica emprega assinatura digital, certificado digital e criptografia. O sistema todo pode ser auditado em qualquer uma de suas fases.

Durante a votação, a rede do TSE é fisicamente isolada por meio de um sistema complexo de firewall, no qual são empregadas várias redes conhecidas como DMZ (abreviação, em inglês, da expressão “Zona Desmilitarizada”).

Algumas pessoas criticam a urna eletrônica ao afirmar que ela não permite a recontagem dos votos, pois não há voto em papel para ser recontado. Isso não é verdade. Desde 2003 existe o Registro Digital do Voto, que é o equivalente magnético ao arquivamento da cédula de papel. O arquivo é criptografado, possui cópia de segurança na urna e não permite que o eleitor seja identificado. Ele permite, sim, que haja recontagem de votos, quando necessário.

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